Reverberações do uso do smartphone na conjugalidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.60114/rbtf.v13i1.149

Palavras-chave:

Smartphone, Comunicação, Conjugalidade, Triangulação

Resumo

O objetivo deste estudo foi compreender a percepção de homens e mulheres sobre as reverberações do uso do smartphone na conjugalidade. O método consistiu em um estudo de casos múltiplos realizado com nove participantes, seis mulheres e três homens, casados ou em união estável. Foi realizada uma análise temática das entrevistas transcritas. Os resultados apontaram que os casais valorizam a comunicação com acordos explícitos e implícitos quanto ao uso do smartphone, que foi considerado motivo de conflitos por uso excessivo e pelas interrupções da interação face a face. Ademais, o aparelho foi visto como um elemento de triangulação para o casal na medida em que é utilizado como forma de adaptação ao estresse ou a pressões do contexto conjugal.

Referências

Amaliyah, S., & Agustina, M. T. (2023). Technoference: Technology as ‘third person’ in romantic and family relationships. Journal of Psychology and Instruction, 7(2), 54-60. https://doi.org/10.23887/jpai.v7i2.61169

Becker, B., & Ribeiro, J. C. (2016). Adolescentes, dispositivos comunicacionais móveis e novas práticas comportamentais: O fenômeno do sexting. In M. Favero, G. R. Pereira, V. M. Santos, D. Freitas, & G. D. Carvalho (Eds.), Sexualidades, gêneros e cidadania em espaços educativos (pp. 9-24). Udesc.

Beukeboom, C. J., & Pollmann, M. (2021). Partner phubbing: Why using your phone during interactions with your partner can be detrimental for your relationship. Computers in Human Behavior, 124, 106932. https://doi.org/10.1016/j.chb.2021.106932

Booth, M. A., Coyne, S. M., Yorgason, J. B., & Dew, J. P. (2021). Domestic bliss, or technological diss? Problematic media use, partner responsiveness, and relationship outcomes. Journal of Social and Personal Relationships, 38(12), 1-23. https://doi.org/10.1177/02654075211031000

Brasil (2016). Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Trata sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa em ciências humanas e sociais. Diário Oficial da União. Recuperado de https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/resolucoes/2016/resolucao-no-510.pdf/view

Braun, V., Clarke, V., Hayfield, N., & Terry, G. (2019). Thematic analysis. In P. Liamputtong, (Ed.), Handbook of Research Methods in Health Social Sciences (pp. 843-860). Springer. https://doi.org/10.1007/978-981-10-5251-4_103

Coyne, S. M., Stockdale, L., Busby, D., Iverson, B., & Grant, D. M. (2011). “I luv u:)!”: A descriptive study of the media use of individuals in romantic relationships. Family Relations: An Interdisciplinary Journal of Applied Family Studies, 60(2), 150-162. https://doi.org/10.1111/j.1741-3729.2010.00639.x

Creswell, J. W. (2014). Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches (4a ed.). SAGE Publications.

Delatorre, M. Z., Maesima, G. M., Coelho, L. R. M, & Wagner, A. (2022). O ciclo de vida de casais brasileiros: Uma revisão integrativa. Psicologia Clínica, 34(1), 191-204. https://doi.org/10.33208/PC1980-5438v0034n01A03

Eichenberg, C., Huss, J., & Küsel, C. (2017). From online dating to online divorce: On overview of couple and family relationships shaped through digital media. Contemporary Family Therapy, 39, 249-260. https://doi.org/10.1007/s10591-017-9434-x

Farias, H. S. (2020). O avanço da Covid-19 e o isolamento social como estratégia para redução da vulnerabilidade. Espaço e Economia, 9(17). https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.11357

Farrah, U. M., & Batool, S. (2020). Understanding the effects of smart phones on marital relations of working couples. International Review of Social Sciences, 8(12), 352-359. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/351437066_Farrah_Batool_2020_352_I_wwwirssacademyirmbr

Féres-Carneiro, T., & Ziviani, C. (2009). Conjugalidades contemporâneas: Um estudo sobre os múltiplos arranjos amorosos da atualidade. In T. Féres-Carneiro (Ed.), Casal e família: Permanências e rupturas (pp. 83-107). Casa do Psicólogo.

Frackowiak, M., Hilpert, P., & Russell, P. S. (2022). Partner’s perception of phubbing is more relevant than the behavior itself: A daily diary study. Computers in Human Behavior, 134, 107323. https://doi.org/10.1016/j.chb.2022.107323

González-Rivera, J. A., Gato, I. H., Núñez, R. M., López, J. M., Tirado, M. G., & Rivera, S. G. (2018). Interferencia de la tecnología en las relaciones de pareja y su impacto en la salud mental de la mujer puertorriqueña. Revista Puertorriqueña de Psicología, 29(1), 56-71. Recuperado de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6496521

Hertlein, K. M., Chang, J., VanYperen, A., Fatkin, K., & Nakamura, S. (2022). Experiences after infidelity via internet communication: Surveillance, ambivalence, and termination. Sexual and Relationship Therapy, 37(4), 537-556. https://doi.org/10.1080/14681994.2021.

Hoffmeister, C. M. S., & Scheeren, P. (2019). A influência das mídias digitais na comunicação do casal. Revista Brasileira de Terapia Familiar, 8(1), 8-22. https://doi.org/10.60114/rbtf.v8i1.42

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2023). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2022. IBGE. Recuperado de https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102040_informativo.pdf

Johnson, D. J., Pickens, J. C., Holyoak, D., & Denzer-King, A. (2024). Strengthening couple relationships through a digital connection. Journal of Marital and Family Therapy, 50(3), 687-705. https://doi.org/10.1111/jmft.12710

Kaya, M. M., & Şakiroğlu, M. (2023). Factors affecting online infidelity: A review. Psikiyatride Güncel Yaklaşımlar - Current Approaches in Psychiatry, 15(1), 29-37. https://doi.org/10.18863/pgy.1070731

Lapierre, M. A., & Zhao, P. (2024). Problematic smartphone use versus “technoference”: Examining their unique predictive power on relational and life satisfaction. Psychology of Popular Media, 13(1), 23-33. https://doi.org/10.1037/ppm0000438

Ledur, B., Schmitt, M., & Andretta, I. (2023). Mundo on-line: Interações entre dependência de internet, sentimentos de solidão e relações familiares. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 16(1), e18864. https://doi.org/10.36298/gerais202316e18864

Leggett, C., & Rossouw, P. J. (2014). The impact of technology use on couple relationships: A neuropsychological perspective. International Journal of Neuropsychotherapy, 2(1), 44-99. https://doi.org/10.127441/ijnpt.2014.0044-0099

Lima, R. D., & Bruns, M. A. T. (2020). Infidelidade virtual: Revisão integrativa da literatura científica. Pensando Famílias, 24(2), 106-119. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2020000200009&lng=pt&tlng=pt

McDaniel, B. T. (2015). “Technoference”: Everyday intrusions and interruptions of technology in couple and family relationships. In C. J. Bruess (Ed.), Family communication in the age of digital and social media. Peter Lang Publishing. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/280732890_Technoference_Everyday_Intrusions_and_Interruptions_of_Technology_in_Couple_and_Family_Relationships

McDaniel, B. T., & Coyne, S. M. (2016). “Technoference”: The interference of technology in couple relationships and implications for women’s personal and relational well-being. Psychology of Popular Media Culture, 5(1), 85-98. https://doi.org/10.1037/ppm0000065

McDaniel, B. T., & Drouin, M. (2019). Daily technology interruptions and emotional and relational wellbeing. Computers in Human Behavior, 99, 1-8. https://doi.org/10.1016/j.chb.2019.04.027

McDaniel, B. T., Galovan, A. M., & Drouin, M. (2020). Daily technoference, technology use during couple leisure time, and relationship quality. Media Psychology, 24(5), 637-665. https://doi.org/10.1080/15213269.2020.1783561

Moller, N. P., & Vossler, A. (2015). Defining infidelity in research and couple counseling: A qualitative study. Journal of Sex & Marital Therapy, 41(5), 487-497. https://doi.org/10.1080/0092623X.2014.931314

Nichols, M. P., & Schwartz, R. C. (2007). Terapia familiar: Conceitos e métodos (7a ed.). Artmed.

Olson, D. H., Waldvogel, L., & Schlieff, M. (2019). Circumplex model of marital and family systems: An update. Journal of Family Theory & Review, 11(2), 199-211. https://doi.org/10.1111/jftr.12331

Organização Mundial da Saúde (2021). Panorama Global do Coronavírus. Organização Mundial da Saúde.

Patton, M. Q. (2015). Qualitative research and evaluation methods (4a ed.). SAGE Publications.

Pereira, I. S., & Censi, C. (2023). O papel do smartphone no desenvolvimento do ciclo vital conjugal. PSI Unisc, 7(2), 193-211. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i2.18396

Pickens, J. C., & Whiting, J. B. (2019). Tech Talk: Analyzing the negotiations and rules around technology use in intimate relationships. Contemporary Family Therapy, 42(2), 175-189. https://doi.org/10.1007/s10591-019-09522-9

Pombo, M. F. (2019). Família, filiação, parentalidade: Novos arranjos, novas questões. Psicologia USP, 30, 1-10. https://doi.org/10.1590/0103-6564e180204

Porreca, W. (2019). Relação conjugal: Desafios e possibilidades do “nós”. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 35(es.p), 1-12. https://doi.org/10.1590/0102.3772e35nspe7

Priest, J. B. (2021). The science of family systems theory. Routledge.

QSR International Pty (2020). NVivo Qualitative Data Analysis Software (Version 13) [software]. QSR International Pty.

Ribeiro, J. C., Nejm, R., Barberino, L. A., & Borges, L. (2019). Conexão constante, privacidade e ambivalências nas dinâmicas interacionais mediadas por smartphones. Revista Crítica de Ciências Sociais, 119, 75-98. https://doi.org/10.4000/rccs.9090

Roberts, J. A, & David, M. E. (2016). My life has become a major distraction from my cell phone: Partner phubbing and relationship satisfaction among romantic partners. Computers in Human Behavior, 54, 134-141. https://doi.org/10.1016/j.chb.2015.07.058

Roberts, J. A., & David, M. E. (2023). Partner phubbing and relationship satisfaction among high and low reward romantic partner: An expectancy violations theory perspective. International Journal of Human–Computer Interaction, 40(18), 5493-5502. https://doi.org/10.1080/10447318.2023.2238341

Santos, R. B. (2024). Reverberações do uso do celular na conjugalidade (Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Scheeren, P., Apellániz, I. A. M., & Wagner, A. (2018). Infidelidade conjugal: A experiência de homens e mulheres. Temas em Psicologia, 26(1), 355-369. https://doi.org/10.9788/TP2018.1-14Pt

Stake, R. E. (2006). Multiple case study analysis. The Guilford Press.

Turato, E. R. (2013). Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: Construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas (6a ed.). Vozes.

Vaterlaus, J. M., & Tulane, S. (2019). The perceived influence of interactive technology on marital relationships. Contemporary Family Therapy, 41, 247-257. https://doi.org/10.1007/s10591-019-09494-w

Veloso, R. (2011). Tecnologias da informação e comunicação: Desafios e perspectivas. Saraiva.

Vossler, A. (2016). Internet infidelity 10 years on: A critical review of the literature. The Family Journal: Counseling and Therapy for Couples and Families, 24(4), 359-366. https://doi.org/10.1177/1066480716663191

Wagner, A. (2012). Familia@comunicacionvirtual.com. Cuadernos de Terapia Familiar, 80-81, 11-18.

Yin, R. K. (2015). Estudo de caso: Planejamento e métodos (2a ed.). Bookman.

Zarhin, D. (2018). Conducting joint interviews with couples: Ethical and methodological challenges. Qualitative Health Research, 28(5), 844-854. https://doi.org/10.1177/1049732317749196

Downloads

Publicado

2025-03-12

Como Citar

Barral Santos, R., Carvalho Amaral Faro, K., & Bitencourt Frizzo, G. (2025). Reverberações do uso do smartphone na conjugalidade. Revista Brasileira De Terapia Familiar, 13(1). https://doi.org/10.60114/rbtf.v13i1.149

Edição

Seção

Artigos